Crítica: ALIEN: COVENANT

Cartaz

Quando Hollywood resolve abraçar o cinema bagaceira

Por Gustavo Daher

Quando Prometheus chegou aos cinemas em 2012, algumas questões foram deixadas no ar. Qual era o verdadeiro objetivo dos Engenheiros? Por que o andróide David (Michael Fassbender) infectou um membro da tripulação com a misteriosa meleca preta? E por que toda a tripulação da nave era composta por imbecis?  Muitos fãs ficaram insatisfeitos com o filme, pois ele não se conectava diretamente com a produção original Alien: O Oitavo Passageiro, de 1979.

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Corta para 2015, quando o cineasta Neill Blomkamp começa a divulgar artes conceituais de um novo filme da franquia Alien, que prometia a volta dos personagens de Sigourney Weaver e Michael Biehn. Mas alegria de fã pobre dura pouco e o diretor Ridley Scott e a Fox anunciaram a continuação de Prometheus, colocando a produção de Blomkamp no limbo.

ALIEN: COVENANTFinalmente chegamos a Alien:Covenant (2017), que chega aos cinemas nacionais nesta semana. Se a intenção era fazer um filme calcado no terror, podemos dizer que o objetivo foi cumprido, mas talvez não da maneira esperada. O filme abraça completamente o espírito do cinema exploitation, com muitas semelhanças às cópias do próprio Alien feitas nos anos 1980 e 1990, principalmente as produzidas pelo mestre dos filmes B, Roger Corman, e as tranqueiras feitas na Itália – produções “memoráveis” como Alien 2: Sulla Terra, Alien: O Monstro Assassino, XB: Galáxia Proibida, Galáxia do Terror e A Criatura, entre outras.
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O que temos em Alien:Covenant é um filme B que ganhou orçamento milionário (estimando em US$ 111 milhões) e todo capricho visual que é esperado de Scott. Mas o espírito é de pura bagaceira. Mortes violentíssimas, cenas sangrentas, personagens dispensáveis e até uma bem vinda cena de sexo gratuita completam o pacote. A história é a mais básica possível:  uma missão de colonização acaba se desviando de sua rota original após a nave Covenant sofrer um acidente, indo parar num planeta desconhecido e cheio de perigos.

PHtyjjycijkXwy_1_lComo enorme admirador de tranqueiras cinematográficas, me diverti bastante com a produção. A maneira como as pontas soltas do Prometheus são amarradas é de chorar de rir. O filme ainda tenta passar um clima de seriedade, com algumas citações literárias e filosofia barata que não convencem ninguém. A atriz principal, Katherine Waterston, passa o filme inteiro chorando para, ao final, contrariar a lógica e se tornar a “bad-ass” que toda produção da franquia exige.

Resumo da ópera espacial: um divertidíssimo filme de monstros com violência e sangue a rodo para nenhum fã de filmes-podreira botar defeito.

Cotação:

3 e meio

5 comentários sobre “Crítica: ALIEN: COVENANT

  1. Estou curioso para ver esse filme, porque gosto da forma de narrativa do Ridley Scott e da atuação do Fassbender. Claro que tem um monte de erros, como Prometheus. Em Prometheus meus amigos também comentaram que o geólogo e o biólogo são dois imbecis, e isso eu achei bem realista, já que nos últimos anos as universidades vem formando cada vez mais gente perdida, kkkk. Assisti Aliens: O Resgate no cinema (tinha 10 anos e a censura era 16, brrrrr) e a franquia me pegou de jeito, é uma das minhas preferidas. Infelizmente, cada fã/diretor tem a sua visão.

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  2. Filme péssimo! É o Star Wars VI desta franquia! Totalmente previsível, não acrescenta praticamente nada. E quando acrescenta, é de forma tola. Repetitivo. Parece uma refilmagem ruim de “Alien, o 8º Passageiro” com toques de “Aliens, o Resgate”. Como se um discípulo ruim de Ridley Scott tentasse se sair meio como que um James Cameron fraquinho. Estava mais de quatro anos esperando por este filme, e o que eu vejo é um “O Mundo Perdido (Jurassic Park 2) espacial. A cena de abertura é fantástica, embora remetesse à ambientação da sequência final de “2001: Uma Odisseia no Espaço”. Isto foi algo que “Prometheus”, mas que novamente não “cumprius”.
    PS.: Ainda assim prefiro isso do que o Neill Blomkamp estragar tudo ignorando “Aliens 3” e “Alien Ressureição”, filmes razoáveis, mas definitivamente da franquia. Blomkamp, depois daquele troço chamado “Elysium”, deveria se aposentar.

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