Entrevista: Felipe Folgosi fala sobre COMUNHÃO, sua nova HQ

Nova obra em quadrinhos do ator e roteirista apresenta uma aventura de tirar o fôlego pelas selvas do Brasil

Por Wilson Simonetto

Após o sucesso da HQ Aurora, uma trama de ficção científica, o ator e roteirista Felipe Folgosi se une ao desenhista J.B. Bastos (de quadrinhos americanos como Night Trap e Knight Rider) para Comunhão, uma trama arrepiante sobre um grupo de corrida de aventura que enfrenta, nas selvas brasileiras, um terrível inimigo. A personagem principal é Amy, que agora precisará correr por sua vida até alcançar a segurança. O lançamento da obra será hoje, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional a partir das 18h30.

Nesta entrevista exclusiva, Folgosi fala sobre a produção de Comunhão e sobre projetos futuros, inclusive a aguardada continuação de Aurora.

Nos conte um pouco sobre a história de Comunhão.
É sobre um time de corrida de aventura que vem ao Brasil participar de uma prova e depois resolve fazer uma trilha com um time concorrente para decidir longe das regras e das câmeras quem realmente são os melhores. Um integrante acaba  se machucando e eles buscam ajuda em uma tribo perdida, aí a coisa degringola. É uma aventura com muito suspense e terror psicológico onde os personagens são levados ao limite de suas capacidades físicas e emocionais. Num sentido mais profundo é uma investigação sobre a natureza do mal e como nós reagimos quando somos afligidos por ele.

No seu primeiro projeto, Aurora, a campanha de financiamento não foi fácil, não é? Foi diferente agora?
Lancei a campanha ano passado, no auge da crise, então foi mais difícil que o Aurora. Ainda não existia a categoria flexível, então tive que contribuir nos últimos dias para bater a meta, mas no final alguns colaboradores que deixaram para o último momento acabaram ajudando e passamos um pouco da meta.

O lançamento de Comunhão atrasou um pouco. Como foi o processo de produção? Você enfrentou muitas dificuldades? 
Sim, por mais que tentei planejar melhor que no Aurora, aprendi que cada projeto é único e não dá para prever o tempo de produção. O Bastos teve problemas familiares, que acabaram atrasando o prazo, mas procurei estar em contato com os colaboradores para que eles ficassem tranquilos, avisando que apesar do atraso a HQ iria sair.

Como é sua parceria com o Instituto de Quadrinhos?
Inusitada, por não ser o acordo tradicional onde o roteirista entrega o material e a editora cuida de todo o resto. Contrato o artistas agenciados e uso a infraestrutura do Instituto, mas tenho o controle criativo e também sou responsável por cada etapa da produção, desde a escolha do artista, os layouts, aprovação de páginas, fechamento, impressão, divulgação e distribuição. Sou grato ao Klebs Jr. e a toda equipe do Instituto pelo apoio.

Como foi a escolha do desenhista, J.B. Bastos?
Testei alguns artistas e a arte do Bastos foi a que melhor traduzia o conceito que tinha em mente, e fato de ele já ter trabalhado em publicações de terror para a Legendary Comics também ajudou na escolha.

E, por que a opção em fazer a história em Preto e Branco?
Queria que meu projeto seguinte fosse bem diferente do Aurora, tanto na temática quanto visualmente, então escolhi o Comunhão entre vários roteiros por ter essa pegada de terror, que nos anos 70 eram feitos em PB. Foi uma forma de homenagear o gênero.

Novamente, você adaptou um roteiro originalmente feito para Cinema. Por que essa escolha e, você pensa em levar esses trabalhos às telas?
Minha formação é em cinema, então escrever para a tela é natural para mim. Como são histórias que gosto, procuro escolher os roteiros que tem maior potencial de serem adaptados para os quadrinhos. Já escrevi algumas coisas pensando diretamente em HQ, como a participação no Visões de Guerra do Klebs Júnior e um projeto de colaboração com a revista A Selva do Joel Lobo, mas a continuação do Aurora por exemplo já escrevi com a preocupação em mente de adaptar as cenas para os quadros. Claro que gostaria que tanto o Aurora quanto o Comunhão virassem “live action“, e quem sabe, ter pelo menos uma ponta nos filmes (risos).

Você realmente abraçou o mundo dos quadrinhos. Já tem outro projeto em mente?
Sim, tenho o roteiro e layouts da continuação do Aurora prontos. Espero ainda este ano lançar a campanha no Catarse, então galera, fiquem ligados! Também tenho um roteiro chamado Um Outro Dia que está sendo desenhado pelo Leandro Casco e será minha primeira experiencia, digamos “tradicional” com uma editora, e estou procurando um artista para fazer uma parceria do meu primeiro roteiro, que escrevi em 2004. Ideias não faltam!

Algum recado para os leitores?
Quero agradecer pelo apoio que tenho recebido dos leitores do Aurora, tanto nas redes sociais quanto nos eventos. Convido todos a conhecer o Comunhão, lembrando que podem encontrar nas bancas ou adquirir autografado pelo inbox das páginas “Aurora HQ” e “Comunhão HQ “no Facebook. E aguardem o Catarse da continuação do Aurora, que está incrível!  Um grande abraço!

Wilson Simonetto é colaborador do site Chamando Superamigos e da revista Mundo dos Super Heróis e, claro, do O Pastel Nerd. É frequentador assíduo de eventos de quadrinhos pelo Brasil afora. Se for a um evento e não encontrá-lo, é porque o evento não é tão bom assim…

 

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