ENTRE BALÕES: “Na minha Época os quadrinhos eram melhores!” Mas será que eram mesmo?

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Os quadrinhos do passado eram melhores que os de hoje? Ou são as HQs atuais que colocam as antigas no chinelo?

Por Ben Santana

“Na minha época era melhor”. Quantas vezes você não escutou isso? Muita gente acha que apenas a “sua época” é digna de alguma nota. Na música. No cinema. “Ah, não se fazem mais filmes como antigamente”. “Não consigo escutar música feita hoje”. Essa é a típica litania saudosista que encontramos virando qualquer esquina da internet.

blog07E, obviamente, isso acontece também com os quadrinhos. Um breve passeio pelos grupos dedicados a eles no Facebook mostra que existem vários leitores assim. Eles não são a maioria, é verdade. Mas estão ali, se lamentando por uma época que não volta mais.  E, ao mesmo tempo, odiando tudo o que é feito agora. Tudo o que foi feito após a “sua época”.

Existem razões para isso. A ligação sentimental que o leitor tem com os seus quadrinhos é a mais importante delas. E a mais compreensível. Ele, de certa maneira, associa as revistas com uma época mais simples, com uma época em que ele era feliz. Ou um época em que tais revistas eram importantes para que ele se sentisse feliz.

Tal leitor, com o passar do tempo, começa achar que qualquer coisa feita de forma diferente com o seu personagem, título ou editora favorita acaba sendo uma traição aos seus “valores”.  Em outras palavras, uma traição à sua infância. Ele acredita que tudo era melhor antes. E ele vê apenas as qualidades e nunca os defeitos. Aliás, para ele não existem defeitos: tudo era perfeito e irretocável.

Sinto dizer mas, não, não era.

Colocando em perspectiva

Eu nasci no final dos anos 1960 e comecei a ler quadrinhos na metade dos 1970. Naquela época, existia a EBAL, que publicava a DC Comics. A EBAL havia perdido a Marvel, que vinha sendo publicada pela Bloch, mas logo a RGE e a Abril dividiriam os personagens a partir de 1979.

Uma das afirmações mais comuns dos leitores saudosistas da minha geração é que existia uma profusão de títulos nas blog06bancas. Não havia poucos, é verdade. Mas estavam longe do número que encontramos hoje. Talvez para os olhos de uma criança parecesse uma enormidade, mas não era bem assim.  “Havia diversidade”, uns dizem. Não tanto quanto hoje. Vejamos… fora os super-heróis citados aí em cima, na segunda metade dos anos 1970 tínhamos a Abril com a Disney.  E com os personagens do Mauricio de Sousa, blog01além de algumas tentativas de publicar coisas diferentes, através da Diversões Juvenis (um título teste da editora). A Vecchi publicava Tex (e no final daquela década começou com Zagor e Ken Parker)  e alguns títulos da Harvey (Brasinha, Gasparzinho, Bolota, Brotoeja).  A RGE publicava Fantasma e Mandrake, além de investir em terror, com Kripta.

E existia o formatinho, que apesar de ter tido papel importantíssimo na formação dos leitores da minha geração, também propiciava cortes de páginas e balões. Sem falar das psicodélicas cores da Bloch e da tradução um tanto “criativa”… Uma dica: O Homem-Formiga, o novo queridinho da Marvel Cinemática, foi chamado pela Bloch de”Anti-Homem”. Sério.

Muito bem. Hoje continuamos com a Disney pela Abril. A Panini tem a Marvel e a DC (que publica no formato original), alémblog04 dos (muitos) títulos da MSP. Os títulos da Harvey tentaram ser publicados pela Pixel, mas foram cancelados por falta de vendas.  E Mandrake e Fantasma ainda saem em edições esporádicas pela própria Pixel.

Mas temos uma quantidade absurda de títulos mensais da Panini. Encadernados tanto de material “clássico” quanto recente. Temos o selo Vertigo, que se propõe a trazer um quadrinho mais adulto.  A Mythos se arriscando com a Dynamite, material da 2000 AD e Dark Horse, com um eventual Hellboy ou Conan. E temos quadrinhos para livraria, algo que jamais poderíamos imaginar “na minha época”. A própria Panini investe nisso. Além da Devir e a Nemo (que publica material europeu).

E mangás. Literalmente pilhas e pilhas de mangás publicados todos os meses, principalmente pela JBC e Panini. Existem quadrinhos hoje para todos os gostos e todos os bolsos. É só procurar.

Gibis Semanais e Mensais

Não, na “minha época” não tínhamos tudo isso. Certo, hoje não temos o Gibi Semanal, simplesmente porque esse material é nicho do nicho. E ele foi cancelado em 1975. Mesmo lá, naquela época de “leite e mel” de acordo com os saudosistas,  ele não vendeu o suficiente.

blog05(Aliás, é ouvida constantemente a reclamção de que “ninguém publica esse material das tiras de jornal”.  Bom, deve existir uma razão para isso: a falta de interesse e, consequentemente, as vendas baixas. E mesmo assim, como disse, a Pixel  – através do heroico trabalho do Ota Assunção – traz volumes de Fantasma e Mandrake, em edições caprichadas, ainda que sem periodicidade definida. Querer dar a esses títulos uma periodicidade mensal, como nos anos 1970, seria um tiro no pé.)

“Ah, mas você está falando apenas de quantidade. As histórias de minha época eram todas boas”.

Certo. Vamos esquecer por um momento que gosto é algo extremamente subjetivo. Isso de que eram todas boas não passa de memória afetiva. Havia, é claro, uma quantidade de boas histórias. Mas o contraponto é verdadeiro. Existia um monte de histórias ruins. O mesmo acontece hoje. E vai acontecer, com certeza, amanhã. Ter sido publicada em uma determinada época não torna uma história automaticamente maravilhosa.

A Regra dos 15 Anos deve ser usada aqui. Boa parte das histórias (assim como  filmes e séries de TV) que adoramos blog09antes dos quinze anos de idade não se sustenta depois de um certo tempo.  Obviamente, sempre existirão clássicos perenes e atemporais. Mas eles são, por mais doloroso que seja dizer isso, a exceção e não a regra. Só que o leitor “da minha época era melhor” acaba vendo tudo pelas lentes rosas do saudosismo e da memória afetiva. E ele jura que tudo aquilo é magnífico. Mesmo que ele saiba, bem lá no fundo, que está bem longe disso.

Mas o maior problema, em minha opinião, não é gostar dessas histórias. É gostar apenas delas. Escutei gente falando que não lia a Marvel depois de 1983, que ela foi destruída. A quantidade de boas coisas que esse leitor deixou de ler é enorme. E é uma implicância sem tamanho, o equivalente de uma criança prender a respiração para ver se consegue algo dos pais.

Brian Bendis vs Thomas

O leitor extremamente saudosista acaba se privando de coisas só porque elas não estão dentro do período que eles consideram melhor (“no meu tempo”). Ou então tem aqueles que até mesmo leem e começam a comparar as histórias de hoje com aquelas que leram quando crianças. Isso é um exercício inútil. Obviamente as histórias MAY110745_1serão diferentes. São escritores de gerações diferentes, com um storytelling diferente, que escrevem para uma geração diferente.  Pense só: se o leitor “do meu tempo era melhor” acha que Brian Michael Bendis é um saco de ser lido, graças à tal da narração descomprimida, o que falar de um leitor de hoje lendo Roy Thomas, por exemplo, com toda a verborragia típica da década de 1970? Thomas é melhor que Bendis? É tudo uma questão de gosto. Mas não significa dizer que um ou outro é ruim, só porque eles estão em épocas diferentes.

O leitor saudosista está em uma busca quase proustiana por sua infância perdida. Não61aBFLLjObL._SX327_BO1,204,203,200_ é o quadrinho em si que ele gosta, mas o que ele representa: “ aquele tempo bom que não volta mais”. Estão sempre a caminho de Swann.

Eu, de forma alguma, estou dizendo que devemos renegar esse passado e gostar apenas do que é lançado hoje. Muito pelo contrário. Acho que um leitor que começa hoje deve olhar o que foi feito antes, para entender a mídia. E, sim, principalmente ler boas histórias que existem aos montes nas edições do passado.

(Aliás, é muito mais comum vermos novos leitores buscando avidamente o que veio antes do que vermos leitores antigos, principalmente da minha geração, dar uma chance ao novo, infelizmente.)

Cada um lê o que quer

É claro, cada um lê o quer. Se o sujeito quer ficar em apenas um período, é direito dele. Mas é desperdício, com certeza. Desperdício de material, já que existem tantas coisas interessantes sendo publicadas hoje.  E isso apenas dentro do gênero dos super-heróis, para ficarmos em algo mais conhecido. Se formos para o lado do quadrinho autoral, por exemplo, o da Image, a quantidade de coisas bacanas aumenta de forma exponencial.

Querendo ou não, os quadrinhos mudaram, é isso que os saudosistas deveriam entender.  Aliás, toda a indústria de entretenimento mudou. Para melhor? Isso depende de cada um, é verdade. Para mim, mudou para melhor. E olhem, sou fã confesso da Era de Bronze. Só que o fato de gostar (e muito) dos quadrinhos publicados naquela época não significa que posso bradar aos quatro ventos que eu quero que os quadrinhos produzidos hoje sejam exatamente da mesma maneira que eles eram nos anos 1970.

É impossível que eles sejam assim. E, sinto em dizer, eles não vão voltar.

blog02“Ah, como é que pode ter mudado para melhor?”, alguém pode dizer. “  Supersagas que não levam a lugar nenhum, reboots, um esvaziamento das mentes criativas dos quadrinhos!”

Uhn… Não, não é bem assim. Reboots são feitos para atrair leitores para uma indústria quase moribunda, os quadrinhos de super-heróis. O mesmo vale para as supersagas, que gostando ou não chamam leitores. Se não chamassem, nem a Marvel nem a DC estariam fazendo.

Quanto ao “esvaziamento” …Vamos esquecer o saudosismo por um minuto. Existem coisas muito medíocres (ou “medianas”, dependendo do seu ponto de vista) hoje, com certeza. Mas ei, existiam coisas assim também “naquela época”. Como vai existir amanhã, se a indústria de quadrinhos sobreviver. Pensem quantos “operários” os quadrinhos tiveram naquele tempo? Sal Buscema, Al Milgron, Rich Buckler, Irv Novick… A lista é grande. Não tinham arroubos criativos de alguns de seus pares (e aqui é opinião… a minha) como Garcia-Lopez, Neal Adams, Steranko. Mas eles entregavam histórias que cumpriam seu papel principal: entreter. Façam o mesmo exercício hoje, usando (sim!) seu gosto pessoal. Vejam quantos artistas existem por aí e que vocês acham medíocres/medianos. Será que, daqui a algumas décadas  eles não serão lembrados com carinho por seus fãs?

E é exatamente esse o ponto.

Você tem a sua memória afetiva. Quem está começando a ler quadrinhos hoje terá as dele no futuro. E não, não existe nada errado com isso. Só que, mais uma vez, se privar de algo, pré-julgar uma história e/ou artista porque “no meu tempo era melhor” é besteira.

Quadrinhos bons ( e ruins!) existem em todas as épocas. Deixe de ser fã de sua infância e volte a ser um fã de quadrinhos.  Por mais paradoxal que pareça, sua criança interior vai agradecer.

BenBen Santana nasceu no final da Era de Prata, mas cresceu na Era de Bronze. Professor, tradutor e desocupado (quando sobra tempo), vem lendo e pesquisando quadrinhos desde sempre. Seu blog é http://prataebronzecomics.blogspot.com.br

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13 comentários sobre “ENTRE BALÕES: “Na minha Época os quadrinhos eram melhores!” Mas será que eram mesmo?

  1. Amo quadrinhos. De todas as épocas. Comecei a ler quando a Abril começou a publicar Heróis da TV e Capitão América. Dessa época existem histórias canônicas. Para citar alguns: Capitão Marvel, Adam Warlock e Thanos de Jim Starlin, Conan de Roy Thomas, Titãs e Mulher Maravilha de George Perez, etc.
    Mas os quadrinhos atuais também têm maravilhosas: Vingadores de Bendis, X-Men de Joss Whedon, Homem-Animal do Morrison, Monstro do Pântano de Alan Moore, Batman do Morrison, All-Star Superman e vai longe!!!!

    Acho que quem gosta de quadrinhos, gosta de quadrinhos e ponto.

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  2. preciso concordar veementemente com seu texto,por experiência própria: sou um avô quarentão,criado não com WhattsApp e Facebook,mas sim com jogo de gude,baba (pelada) na chuva e He-Man antes de tomar banho pra ir à aula…
    daí que hoje,burro velho que sou,saudoso desse tal tempo bom que não volta mais,adquiri um dvd com alguns episódios dos Herculóides dos estúdios Hanna Barbera!
    oh decepção! maculou toda a boa lembrança desses desenhos (des) animados que eu tinha !
    mas,homem bem resolvido que sou,meditei sobre esse fenômeno e entendi que aquele menino que um dia eu fui cresceu e deu lugar ao homem que agora sou,com paladar mais apurado,mais experiênte e calejado.
    é isso e que façamos dessa nossa época a melhor para nós e que possamos usufruir de tudo de bom que temos,sem saudosismo nem ilusões!

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  3. Toda a indústria do entretenimento mudou. Sim, correto. E nós, como indivíduos, também mudamos ao longo dos anos, e junto com isso nossos gostos. Sou prova viva disso. E acho a Regra dos 15 Anos bem válida, aliás. Ótima reflexão!

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  4. Eu sou um que concorda TOTALMENTE com o texto do artigo. Acho inútil as pessoas quererem dizer que os quadrinhos da Marvel e DC de hoje em dia são piores do dos anos 1970 ou dos anos 1980, por exemplo. São épocas diferentes e tudo muda. Mesmo sendo mais velho, eu sempre aprecio e dou valor as HQs que são feitas atualmente.

    Parabéns pelo ótimo texto, Ben Santana!

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  5. Excelente texto! Resumiu tudo o que eu, leitor de quadrinhos há quase quarenta anos, penso e digo sobre o assunto.
    Como disse um amigo meu, teoricamente o melhor ainda está por vir, já que as pessoas não param de produzir. Alguém imaginaria, anos atrás, que a Image seria o que é hoje?

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  6. Texto muito bom com certeza. Realmente esse papo de ‘na minha época era melhor’ cheira a naftalilna. Também nasci nos 60 e comecei a ler nos 70 só que certas coisas não sobrevivem a maturidade. É muito chato ver pessoas que talvez sejam até mais novas do que eu desprezando as boas coisas que se fazem hoje em busca dessa pretensa excelência que o passado encerra. Na real, os quadrinhos estão amadurecendo agora junto com os seus leitores e a cada dia oferecendo coisas novas e muito interessantes. O auge dos quadrinhos não está na era de prata, ouro ou bronze. Ele está se desenvolvendo agora e nós somos os felizardos que podemos acompanhar tudo.

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  7. “Quadrinhos bons ( e ruins!) existem em todas as épocas.”

    Nisso concordo com o autor do texto…Porém, quando ele diz:

    “Vejam quantos artistas existem por aí e que vocês acham medíocres/medianos. Será que, daqui a algumas décadas eles não serão lembrados com carinho por seus fãs?”

    Aí eu coloco em dúvida…Porque?
    -Hoje os quadrinhos, assim como todas demais mídias ligadas ao entretenimento em geral, tem um prazo de validade muito menor que antigamente…São quase que produtos descartáveis mesmo.
    No cinema, tínhamos um ou dois filmes “blockbusters” por ano…Hoje são quase um por mês…Passada a estreia e comentários, vêm o próximo e muda o assunto.

    -Na música, falando como músico, as trilhas sonoras de hoje não tocam tantas vezes como antigamente ao ponto de se consolidar na memória das pessoas, são logo esquecidas, descartadas e substituídas…Ou tocam tanto ao ponto de saturar e incomodar, gerando até uma certa repudia e esquecimento forçado…Vocês não fazem ideia de quanto sucesso as músicas hoje ditas “Flashbacks” fazem em festas e eventos, músicas das décadas de 1960, 1970, e 1980 tem um apelo cativante enorme, e são cantadas hoje até por jovens que nem sonhavam em nascer quando as mesmas já eram sucesso…Mas pouquíssima coisa da década de 1990 em diante é lembrada…Músicas de 20 anos atrás, que hoje poderiam ser tidas como cults também, são em muitos casos esquecidas ou lembranças desagradáveis.

    -Podemos dar exemplos similares acima também de séries de TV, desenhos animados, etc…Hoje vemos um incansável número de tentativas de reproduzir sucessos do passado com remakes dos mesmos…Mas todos, ou a maioria, acaba terminando com uma cara de “reinvenção da roda”, como já dizia um saudoso amigo que partiu anos atrás…Talvez na busca de adaptar as mesmas para um público contemporâneo, acabam nem agradando os mesmos (que não tem ligações lúdicas ou nostálgicas com as mesmas), e por suas mudanças nem os mais veteranos que curtiram as respectivas versões originais.

    -Nas HQs é a mesma coisa…Recursos como a morte de um personagem, antigamente tinham um impacto forte nos leitores…Hoje de tão usado virou piada, não tem peso dramático que tinha antigamente numa história…
    Os personagens tem seu visual modificado tantas vezes hoje, talvez na busca de todo artística responsável pelo mesmo de se consolidar e o artista garantir sua parcela nos royalties do personagem no futuro, que poucos conseguem consolidar uma “identidade visual”, ao ponto de tornarem-se até irreconhecíveis para leitores afastados das HQs.
    O encontro de vários heróis e vilões em uma história era um “evento”, hoje as sagas e reboots intermináveis tornaram isso algo banal.

    Mas principalmente…O que uma equipe ou dupla antigamente faziam com um personagem ou grupo em suas HQs, era respeitado e seguido pela equipe seguinte que assumia o trabalho…Hoje, cada roteirista, cada desenhista ligados, com o argumento de “querer dar suas visões” dos personagens na obra, fazem…ou melhor…desfazem tudo que os anteriores fizeram, e nesse caso, não só HQs ruins mas boas também são descartadas na cronologia dos personagens, não ganham uma merecida continuidade e não se consolidam como algo que no futuro possa ser “cult”.

    Numa geração com um número de opções de lazer e entretenimento tão grande como a de hoje, com blockbusters mensais no cinema, dezenas de séries de TV em canais de assinatura e virtuais, games, redes sociais, etc…Acho difícil uma geração no futuro se consolidar com a mesma ligação nostálgica com a cultura pop do passado que os “coroas” de hoje tem…Não só com as demais mídias, mas muito com os quadrinhos também…Uma das poucas opções de entretenimento que tínhamos.

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    • Eder, acho que seu comentário é mais sensato, assim como o do Marcos abaixo. Há muito tempo (desde o final dos anos 1990) ouço e leio sobre um suposto saudosismo. Acho que isto é uma maneira de se conformar e tentar aceitar o que é lançado nos dias de hoje, fechando os olhos para o problema que existe.

      Se há saudosismo, porque não aparecem os saudosistas do Gen13, da Witchblade e do Zero Hora? E por que nos anos 80 não apareciam saudosistas do Batman que enfrentava alienígenas na “Era de Prata”?

      Esse argumento do “saudosismo” serviria também para dizer que hoje existem compositores como Chico Buarque ou Renato Russo (quem seria? Mr Catra??), ou cineastas como Fellini ou Orson Wells (talvez seja o J J Abrams??), ou pintores como Picasso ou Di Cavalcanti (seria o Romero Britto?).

      Posso admitir que hoje existem boas séries de TV (Breaking Bad, Dexter) e bons videogames (Batman Arkham e Assassin’s Creed), acho que com qualidade no mínimo tão alta quanto antes. Mas dizer que os quadrinhos de hoje são bons como os dos anos 80 é fechar os olhos para os problemas atuais.

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  8. Lógico que temos coisas boas como Blacktest Night mas é óbvio também que nessa época tão sofisticada e cheia de facilidades tecnológicas o nível criativo primário da maioria das produções é extremamente baixo(na arte em geral), não fosse assim as pessoas estariam criando coisas novas com qualidade e não fazendo remakes das antigas para explorar uma qualidade hoje em falta.

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  9. É exatamente como você descreveu marcamos sentimentalmente determinada época e depois afirmamos de pé juntinho que tudo era mais interessante ou melhor. Eu ainda hoje afirmo que banda de rock nacional melhor do que Legião Urbana nunca existirá.

    Meu momento marcante nos gibis foi o Superman de John Byrne, mas o período posterior ao Ponto de Ignição também achei ótimo.

    Saudosismo é algo que dá uma rasteira enorme em nossa imaginação e eu adorei o seu texto.

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    • Concordo q o saudosismo exageraso as vezes nubla a visao.
      Mas dizer q estamos numa nova era de ouro e exagerado tambem.
      Hj a ma qualidade das historias e regra e nao excessao.
      Vide a quamtidade se sagas, reboots e mortes de personagens pra chamar a atencao.
      E tb a constante reclamacao dis leitores americanod em relacao a Marvel e dc.
      Tb nao devemos fechar os olhos para os problemas nas hqs de hj.
      E quanto ao rock nacional. Cade.
      Nao tem mais nada comparavel a legiao.urbana. alias nem rock nacional temos mais.

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