Uma batalha imaginária entre duas personagens cujas versões cinematográficas decepcionaram os fãs

por Eduardo Marchiori

Com a recente entrega do Troféu Framboesa de Ouro – premiação que elege, anualmente, os piores do cinema e que laureou Batman V Superman como um dos piores de 2016 – recordamos dois filmes que têm muito em comum: além de serem baseados em personagens de quadrinhos de super-herói, são produções estreladas por personagens do sexo feminino e grandes fracassos de bilheteria.

Por conta disso, resolvemos colocar as duas nesse ringue para descobrir qual se sai melhor nessa briga de mulheres na lama das produções mal feitas. Do nosso lado esquerdo, medindo 1,75m e pesando 59Kg, com habilidades de luta que nenhuma outra mulher possui e portando as suas perigosas adagas sai… Elektra!!!

Do lado direito, a vilã que todo herói gostaria de enfrentar. Com seu corpo escultural de 1,67m e 58Kg bem distribuídos, a felina mais sensual das HQs. Com seu chicote ameaçador, ela coloca todos os homens aos seus pés! Ela é… Mulher-Gato!

Elektra		Mulher-Gato
Estreou em 1981, criada por Frank Miller. Amante do Demolidor, já enfrentou o herói várias vezes por conta de seus métodos assassinos. 10 pontos	Personagem	Estreou em 1940, criada por Bob Kane e Bill Finger. Inimiga do Batman, também já foi amante do herói e vive no limite entre o heroísmo e a vilania. 10 pontos
Jennifer Garner, cujo trabalho de maior repercussão foi a agente Sydney Bristow, da série Alias. 5 pontos	Intérprete	Halle Berry, vencedora do Oscar de Atriz Coadjuvante em A Última Ceia. Também foi a Bond Girl Jinx Johnson em 007 – Um Novo dia para Morrer e a mutante Tempestade na franquia X-Men. 10 pontos
Collant vermelho com faixas nos braços. Faltou a faixa na cabeça, mas o visual estava bem fiel à versão dos quadrinhos – 10 pontos	Uniforme	Top preto, com faixas cruzando a barriga e calças cheias de rasgos. A única coisa que lembra a Mulher-Gato dos quadrinhos é a máscara com orelhas de gato – ainda assim, com certo esforço. 5 pontos
Recebeu nomeações para o MTV Movie Awards (categoria Melhor Beijo) e o Teen Choice Awards (categoria Melhor Atriz de Ação/Aventura), mas não ganhou nenhum destes prêmios 5 pontos	Premiação	Sete nomeações para o Framboesa de Ouro, dos quais venceu quatro: Pior filme, pior atriz, pior diretor e pior roteiro. Também ganhou mais dois prêmios menores… mas na categoria de Pior filme. 0 pontos
Spin-off do longa Demolidor (2003), estrelado por Ben Affleck no qual a personagem fez sua estreia, mas vestindo um traje preto. Apesar de algumas críticas negativas, o filme chamou a atenção para o potencial da personagem em um longa-metragem solo. – 10 pontos.	Origem do filme	Desde a participação de Michelle Pfeiffer no papel, em Batman: o Retorno, os produtores da Warner perceberam o potencial da personagem em um filme solo. No entanto, a história nada tem a ver com o universo do Batman: a trama não se passa em Gotham City, o Homem-Morcego não é mencionado e a personagem não se chama Selina Kyle, mas Patiente Phillips. 0 pontos.
Custou US$ 43 milhões e computou US$ 56 milhões ao redor do mundo. Mas precisaria ter rendido ao menos o dobro para se pagar. 5 Pontos	Bilheteria	Custou US$ 100 milhões e computou US$ 82 milhões ao redor do mundo. A produtora ficou no prejuízo. 0 pontos
“Não se preocupe. Morrer não é tão mau. Eu já morri uma vez.” 5 pontos	Frase de efeito	“Miau.” 10 pontos.
50 pontos	Resultado	35 pontos

Entre duas produções ruins, Elektra ainda é a menos pior. Ambas ganharam sua redenção em novas encarnações – Elodie Yung no papel da ninja assassina, na série do Demolidor (Netflix) e Anne Hathaway como a ladra felina em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) -, provando que funcionam muito bem quando estão como coadjuvantes e são bem dirigidas. Em produções solo, apesar das duas terem um enorme potencial, dificilmente alguém irá arriscar uma nova investida.

Eduardo Marchiori é jornalista, escreve para a revista Mundo dos Super-Heróis e é responsável pelo blog Raio X (http://mutantexis.wordpress.com), também voltado à cultura pop. Considera o fato de Halle Berry aceitar se submeter ao vexame de interpretar a Mulher-Gato um dos maiores mistérios do Universo.