ENQUANTO ISSO… Fui um Nerd nos anos 1980

Anos 80 (1)

Quadrinhos cheios de cortes, filmes do Tela Quente, bonecos do He-Man e o Superman que não saía da cabine telefônica. Viaje no tempo e descubra que não era fácil gostar de nerdices naquela época

Por Fábio Ochoa

Nos anos 80 não existiam nerds.

Ou melhor, não existia o rótulo e sem o rótulo, não existiam todas as coisas que vinham junto: as obrigatoriedades, os códigos de comportamento ou até a (bizarra) preocupação de saber quem era um “true nerd” e quem apenas fazia pose.

menudoO que existia eram pessoas que gostavam de coisas específicas, como filmes, livros e gibis. Apenas isso. Acho que era mais saudável assim.

Existia também um ponto curioso, você não era “obrigado” a gostar da obra x ou y, até porque essa era uma questão extremamente pessoal. Ninguém conhecia as coisas que você gostava, ninguém comentava em veículo nenhum. Logo…

Naqueles anos, quando os tênis Conga e os Menudos erravam sobre a Terra, cada proto-nerd era uma galáxia isolada, repleta de filmes, quadrinhos e livros e ninguém para compartilhar e colocar o papo em dia. Logo, quando você conhecia outra pessoa no mesmo colégio que (remotamente) gostava das mesmas coisas que você, era um acontecimento digno de feriado (este parágrafo fica incrivelmente melhor se você lê-lo com o Lonely Man Theme, do seriado do Hulk, ao fundo. Fica a dica).

Games

Não existia, também, o conceito de gamers, até porque videogame era o cubismo Bauhaus do Atari, coisa que os hipsters iam adorar, onde você tinha que despender doses generosas de imaginação para enxergar Bruce Lee, tanques de guerra, Homem-Aranha ou Jason naqueles 8 quadrados amontoados, se movimentando atabalhoadamente pela tela.

SpiderMan_2Videogames eram coisas raras de se ver, eram coisa de primo rico ou, melhor ainda, do famoso primo do seu amigo, aquela entidade mitológica, parente da Loira do Banheiro , do curupira e da gangue dos palhaços que roubavam crianças. Não importa o que você tinha, o primo do seu amigo tinha um melhor, maior e mais potente.

De qualquer maneira, lá pelas tantas ganhei um Atari nos anos 1980, o que deve ter me tornado automaticamente o primo do amigo de alguém (partindo do pressuposto que meus primos tiveram amigos, o que eu duvido). Com um Atari em casa, aquela maravilha da Spider-Man_(Atari_2600)tecnologia na qual, com a instalação de um módico cartucho – que era um inferno acoplar – você tinha horas e horas de diversão interativa com diversas criaturas quadradas (o que é mais ou menos o resumo da minha vida profissional). Óbvio que, enquanto nerd-que-não-era-nerd, fui para o passo seguinte: comprar jogos de super-heróis. Rá. Em uma única baciada, comprei os jogos do Homem-Aranha e do Superman, o que secou quatro meses de mesada. Tudo bem, a causa era justa.

Os. Piores. Jogos. Da História. Provavelmente era a vida querendo me dar uma lição aí, ou um teaser do que ia ser o resto da minha existência, mas eu era novo demais para aprender.

Bom, Homem-Aranha basicamente era um aranha estilizado que subia por um prédio com uma teia da mesma espessuraatari-game que ele, com um bizarro barulho de “crããããããã” cada vez que ele jogava ela para cima, o que fez eu mais de uma vez imaginar se ela não era feita de velcro. Peter Parker teria ficado milionário. Pois bem, ele subia, tinha pelos prédios umas coisas que pareciam uns cogumelos ou uns caralhinhos na janela, que com um pouco de boa vontade você poderia (teoricamente) dizer que eram terroristas. OAranha tinha que passar por cima das piroquinhas-terroristas (opa, opa) para acabar com eles. Até chegar ao topo cima, onde tinha um tumblr_m3hu0b9FM41rvrcyso1_1280Duende Verde que ficava vagando de lá pra cá no topo do prédio, provavelmente em um dia nada memorável na vida do pobre Norman Osborn. Bom, eu nunca soube o que fazer quando chegava lá. Geralmente eu morria depois que o Duende cortava a teia, ou desligava o monitor e ia viver um pouco. O que acontecesse primeiro.

Já com o Superman, eu nunca consegui sair da porra da cabine telefônica, que era simplesmente o começo do jogo. Vocês tem ideia do trauma fodido? O pessoal lá em Metrópolis morrendo em incêndio ou sendo usado como lactopurga de dinossauro e você não consegue sair da cabine telefônica porque simplesmente não sabe o que fazer no jogo? Cara, quem foi que projetou esse jogo? O Lex Luthor?

Tinha também um jogo chamado X-Man que peguei todo pimpão na esperança de ver nossos mutantes do coração se movendo com uma boa dose de abstração em 8 bits. Era um jogo pornográfico. Porra, Atari.

TV

A grande fonte para todo mundo se atualizar sobre cinema era a Tela Quente. Ela era o direcionador das conversas do downloadcolégio na manhã seguinte. Era passar Falcão: O Campeão dos Campeões, que pululava competições de queda de braço na escola. Era passar Karate Kid e dá-lhe passo da garça ou da gaivota ou sei lá, no dia seguinte. Ainda bem que nunca passaram O Exorcista na Tela Quente.

Nos anos 1980, a Sessão da Tarde passava coisas do calibre de Robocop, afinal, nada mais instrutivo que ver alguém ser metralhado por um robô gigante no conforto do seu lar às 3 da tarde. Ainda assim, acho melhor que os filmes sobre macaco que entra para um time de basquete, cachorro que entra para uma liga de baseball, foca que entra para um time de Jô-quem-pô e assim por diante, que tem hoje em dia.

Na TV, teve também a segunda onda dos Tokusatsus (ou não, inventei isso agora), onde cinco caras de cada cor fazem N coreografias; enfrentam coisas como monstros de borracha com olhos dentro da boca; soldados armados com chave inglesa (deve ser útil pra caralho); mulher com voz de homem e um bichinho verde que só ficava num canto pitando um cachimbo, como um pacífico saci japa-espacial, tudo isso sob o comando de uma entidade galáctica, Senhor Bazoo, que apesar do nome de chiclete, não tinha braços nem pernas e era o deficiente mais assustador da galáxia.

fcf27-daileonvs-satangoss2Tinha Jaspion, um japonês com calça branca brilhante, jaqueta de oncinha cinza e cabelo de Luís Caldas, que enfrentava o Satan Goss, que apesar do cramunhudo nome parecia mais um Darth Vader gigante de saia (cara, ninguém me tira da cabeça que o Jaspion entrava no robô gigante Daileon pelo cu); tinha o Lion Man, um leão de pelúcia do Japão medieval que aparentemente tomou banho quente e saiu no frio já que ele nunca movia o rosto; Jiraya; Jiban e os citados Changemen enfrentando os soldados Hidler, que eu sempre entedia como “soldados Hitler”. Ou seja, desde a infância eu já era velha surda.

A rede Manchete era o lar dos desenhos classe B. Automan, o Coisa (o jovem Ben Grimm que esfregava um anel e virava o Coisa), Homem Borracha (e seu ajudante, o Gominha), Hoooomeeeem-Pásssarooo e outros (ainda) menos cotados.

Já as séries cracas, essas tinham em todas as emissoras, Curto-Circuito, 517zAJOEGNLpraticamente um pré-Força-Psi na Globo, casa também do Trovão Azul, FX, Na Mira do Tira e claro, a Dama de Ouro, Keith Mahoney. Tinha também o programa-que-eu-curtia-mas-não-entendia-as-piadas, a TV Pirata, com A Coisa e o inesquecível Barbosa.

Na Manchete (olha ela aí de novo), Homem-Aranha, com o Black-power de Nicolas Hammond, até hoje não entendo como é que ele escondia tanto cabelo embaixo daquela máscara. Vocês não sabem a minha surpresa quando descobri que ela tinha míseros 13 episódios. Na minha cabeça eram uns 40. Manimal, que virava animal no pior efeito especial da história, o Homem-Invisível que ajustava um relógio e ficava invisível e assim por diante.

Vídeo e Cinema

Foi a época da explosão do VHS (e das locadoras de nome bizarro… eu locava na Vídeo Pirata, só para ter uma idéia), Aventureiros do Fogo, Osonde cada distribuidora lançava de tudo tentando cavucar seu espaço no mercado: filmes de kung fu, produções D italianas, filmes underground americanos, ficções feitas com preço de cigarro avulso, valia tudo. Por absoluta desinformação, vi de tudo. Nunca quantifiquei o quanto isso me ajudou.

E tinha também o ritual de pedalar de um bairro a outro, porque só aquela locadora tinha aquele filme que você queria ver. E as listas de reserva da locadora? Eu sempre era o premiado e acabava vendo os filmes dois meses depois que eles eram lançados.

A minha cidade tinha diversos cinemas de rua, que revelavam os fotogramas dos filmes como fotografias comuns e expunham no centro da cidade para chamar público. Um detalhe curioso é que sempre que um filme de sucesso estava para estrear, os cinemas reprisavam os anteriores da série.

Quadrinhos

slash-o-guerreiro-do-apocalipse-editora-abril-1989-14337-MLB190183091_346-ONos quadrinhos, o formatinho da Abril imperava. Próximo ao fim da década, teve a explosão do selo Graphic Novel. De repente, o quadrinho adulto era a nova grife. Tinha de tudo na banca, até coisas que habitualmente nunca sairiam como Slash, Vídeo Jack etc. Catapulteada pela série cinematográfica, a revista A Espada Selvagem de Conan era um sucesso absoluto, que gerou um filhote direto, a Aventura & Ficção, e revistas que vieram no rastro, como a Animal, Groo o Errante, Conflito do Vietnã etc. À determinada altura, a Aventura & Ficção começou a se dedicar apenas a títulos europeus. Se nos anos 1960 e 1970 a Ebal foi a vanguarda das editoras, nos anos 1980, com certeza esse título foi da Abril.

Nos formatinhos, tivemos a renascença criativa da DC e uma das melhores fases da digitalizar0001 - CópiaMarvel, os anos Jim Shooter. Tudo cortado e picotado e adulterado, mas óbvio que a gente não sabia. Dali também veio um hábito de infância, catar o código da publicação nos cantos das histórias. Fiquei craque nisso. Pena que o destino do mundo nunca dependeu dessa minha habilidade ou algo assim.

Haviam também os sebos, onde era possível encontrar muita coisa baratinha, afinal, era gibi, logo, leitura rápida e descartável. Na minha cidade era comum os bares e botecos terem varais de fora a fora com revistas penduradas. Sempre achei estranho.

Se, por um lado, a percepção pública dos quadrinhos não eram das melhores, a boa recepção e o espaço na mídia que O Cavaleiro das Trevas ganhou, ajudaram a mudar um pouco isso, mas em breve tudo voltaria à mesma. As eternas exceções perenes eram as revistas da Circo, como Chiclete com Banana, Geraldão, Piratas do Tietê e a Mad da Record.

Boneq… er, Action Figures

suppowr1Bonecos eram apenas isso: bonecos para brincar. Tinha a coleção Super Powers com os personagens DC, a Marvel tinha os vagabundíssimos bonecos da linha Secret Wars, que era só bater em qualquer coisa que praticamente se desintegravam em uma explosão de pedaços plásticos qual homem-bomba. A coisa era tão escrota que, em vez de enfrentar Dr. Destino, Magneto e Octopus, eles poderiam muito bem enfrentar o boneco do George Bush.

Havia também o sucesso da linha Masters of the Universe,  o famoso He-man, o Dolph Lundgren do cinema, o Ele-Homem, o irmão da She-Ra que enfrenta o único esqueleto bombado que se tem notícia, o homem que invoca os poderes da Caveira Cinza (tradutores que não traduzem certas coisas, esses sábios pouco valorizados). Bom, a julgar pela linha de brinquedos, todo mundo tinha o 1mesmo corpo em Etérnia: o de um anão deformado e cobertos de esteróides. Os anos 1980 foram uma época muito bizarra, irmão.

Tinha a linha Thundercats, com um Lion-o que tinha um buraco nas costas e uma cara de susto e você enfiava uma barra vermelha nas costas dele para brilhar os olhos (ou algo assim). Agora eu entendo porque aquela expressão. E, no finalzim da década, na esteira do filme do Batman do Tim Burton, lançaram o mesmo boneco Batman da linha Super Powers só que todo pintado de preto. Claro, a única boneco-capito-america-guerras-secretas-gulliver-972401-MLB20314111890_062015-Fdiferença do Batman do Superamigos e o do Michael Keaton era apenas a cor. Tinham também bonecos de plástico duro e uma só cor, sem articulações, vendidos em supermercado, tinha a linha da DC e logicamente a versão muito WTF da Marvel com o mix mais estranho de todos os tempos: Falcão, Surfista Prateado, Namor, Duende Verde, Visão (????), e os medalhões da editora, Homem-Aranha, Thor, Capitão América, Hulk e Homem de Ferro.  Tinha também uma coleção menorzinha nos mesmos moldes, que tinha até boneco do Clark Kent. Caralho, véio (copyright: Gustavo Daher), quem é que vai brincar com o boneco do Clark Kent??? O que ele faz? Finge que está com dor de barriga e dá no pé no meio do  combate?

Ah, e tinha também a moto do Hulk. Pressuponho que o pobre Bruce Banner ficava muito puto da vida, rasgava sua roupa, colocava uma calça vermelha, subia numa motoca branca e saía por aí para espairecer. Pra ver como é a vida.

Livros

Tinha os livros da Abril Cultural, com papel tão pobre e vagabundo que, a cada vez que você abria um, tinha vontade de john-fowles-o-colecionador-colecao-grandes-sucessos-abril-1-medpagar uma sopa para ele. Mas foi nela que conheci Stephen King – então, está valendo – e a coleção Grandes Sucessos, com suas eternas capas em branco de muito bom gosto. Foi nela que li, bem novinho, outro livro definidor, O Colecionador, de John Fowles. Meu pai sempre comprava essas séries na rodoviária da cidade. E nas eternas bibliotecas da escola havia sempre a Coleção Vagalume, da qual até hoje me lembro de O Menino de Asas.

Era melhor que hoje? Ora, é óbvio que não. Estamos falando de uma época de acesso ilimitado a tudo, onde o que você quiser está ao alcance de um clique e de um cartão, pronto para ser entregue na sua porta, de uma época onde é fácil formar conexões com quem goste das mesmas coisas, onde você pode gostar do que bem entender sem ter que se sentir mal por isso.

Mas a década de 1980 foram os anos de formação, nos quais tudo era (infinitamente) mais difícil, o que dava mais valor e peso para cada obra. Rituais são importantes: ir ao cinema, à livraria, à banca, por isso eu custo tanto a abandoná-los. Este é um modo de conferir peso, pertinência e relevância as coisas.

Fui uma criança dos anos 1980, ainda me equilibrando e me adaptando ao novo milênio.

OchôaFábio Ochôa trabalha como redator publicitário. Conquistou prêmios, foi citado na TV, foi diretor de criação, já saiu na Zupi, fez campanhas políticas e, mesmo assim, ainda consegue gostar das pessoas e achar este mundo um lugar legal. É um exemplo, esse rapaz. Trabalha também como ilustrador freelance e roteirista eventual. Para saber mais acesse:  www.behance.net/fabioochoa

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27 comentários sobre “ENQUANTO ISSO… Fui um Nerd nos anos 1980

  1. Pôrra, que texto, meu caro! Emocionante!
    Compactuo de uns 75% das suas lembranças pré-nerdianas, porque devo ser mais velho, ou menos novo, do que ti. Muita coisa que vc cita dos anos 80 eu me lembro, mas já com a visão dos 15 para 25 anos, isto é, quando eu estava tentando virar adulto – o que acho não consegui até hoje, como os meus 50 anos! Tem gente que vem na minha casa e quando vê minha memorabilia de cinema sci-fi e afins, inclusive action-figur… errr, bonecos, pergunta se tem criança em casa. Só eu, hehe.
    Nos video-games eu passei longe dos primos ricos dos meus amigos. Eu ia mesmo era gastar ficha nos chamados fliperamas e me deliciar em jogos de nave espacial Commander, Defender e Space War Ship, e ficava pensando porque o Tio Lucas dava bobeira e não fazia um videogame de Guerra nas Estrelas! Os de luta eu nunca curti, pois não queria repetir na tela o que eu tinha apanhado na escola, coisas de criança pré-nerd. Sou de cidade pequena, mas sempre quando ia a alguma metrópole, geralmente Rio, praticamente morava nos cinemas de rua, mais ou menos 3 por dia! Tempos depois morei numa cidade meio termo, Juiz de Fora, durante a segunda metade dos anos 80. Lá virei figurinha fácil em TODOS os sebos de lá, fora lojas de discos (os hoje chamados de bolachões)… E também conferia no canto dos gibis (ainda se chamavam assim) a ordem em que saiam nos EUA. E te falo, até hoje são mutilados e sem continuidade. Felizmente os arquivos cbr preenchem esta lacuna.
    Outra coisa é que, quando uma namorada sumia da sua vida (sim, pré-nerds ocasionalmente conseguiam arrumar alguma entre as sobras choramingosas pelo bonitão que fez o que tinha que fazer e rapou fora, hehehe), simplesmente não dava para acompanha-la, e até choramingar (hehe) uma volta. Hoje, em época de WhatsApp e Facebook, só se ela for abduzida para outro mundo é que vc perde o contato.
    Abçs.

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    • Putz, Edilson, os fliperamas eu só fui pegar nos anos 90, quando eles já estavam lentamente entrando em extinção, eu era novinho demais nos 80 para fazer parte daquela cultura, mas sempre via nos filmes que eu gostava os icônicos adolescentes de fliper e só ficava esperando a minha hora, eheheheheheh.
      Cara, a minha cidade, apesar de pequena, chegou a ter 11 cinemas de rua, cada um em um bairro. Na minha infância restavam apenas 7, que frequentei até gastar as poltronas, nos anos 90 caíram para 3 e o último fechou as portas oficialmente em 2007, viraram estacionamento, igreja e supermercado. Tudo bem que entendo as forças e a lógica econômica por trás disso, mas nunca deixa de ser um tantinho doloroso, passar pela frente do Capitólio e ver aquilo reduzido a um estacionamento.
      Desde que me mudei pra capital, percebi que não tenho mais aquela paciência que eu tinha com sebos, de descer pilha após pilha de revistas, livros e discos e olhar um por um, Deus sabe quantas coisas ótimas encontrei escondidas no meio disso.

      Abração cara

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      • Capitólio? Onde você morava, Uóxinton Decê? Hehehe. Você o Superman repondo a bandeira no topo? Hehehe. Sacanagem, esquenta não. Abçs.

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    • André, me lembro destes desenhos, do Trapa que vivia penteando a sua juba, que tinha um moto invisível! Já o Elefantástico é inesquecível! Ninguém o reconhecia disfarçado, mesmo com a tromba. Certa vez ele se disfarçou do quadro da Mona Lisa e ficou no Louvre esperando um ladrão de arte. Este apareceu e o roubou achando que fosse a tela original, apesar de ter achado estranho a tela ser tão pesada!
      Abçs.

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      • O que, aliás me lembra: recomendo muito a leitura do Homem-Borracha, do Kyle Baker. Nunca saiu no Brasil mas tem esse tom de humor nonsense das animações antigas, tipo, para impedir roubo de museu, ele se cola na parede e se fantasia de Mona Lisa, e assim por diante.

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      • Globo mesmo, Fábio. Se não me engano, passava entre a novela das 6 e a das 7. Era comum no final dos 70 e início dos 80 a Globo passar desenhos animados curtos, geralmente de 5-10 minutos. Assim de cabeça, eu me lembro, além do próprio Elefantástico, O Esquilo Sem Grilo (Esquilo Secreto nas HQs), Ursuat (que era hilário), O Xodó da Vovó, Rabugento (com o cão primo do Mutley), Formiga Atômica, e se não me engano, Família Barnabé!

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  2. A Tela Quente era “Temperatura Máxima” até certa altura dos anos 80 ou 90. Os jogos do Aranha e do Super eram mesmo a maior decepção. NINGUÉM conseguia jogar, NINGUÉM sabia o que fazer. Eu achava que o Duende Verde era um limpador de janelas.

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  3. Excelente post! Despertou muita nostalgia em mim, especialmente quanto ao famigerado formatinho da abril, ao qual era tão fã na época que até cheguei a ter um certo preconceito quando começaram a chegar as edições em formato americano nas bancas (na verdade acho que era por causa do preço mais salgado que estas tinham na época, e o menor número de páginas também).
    Lembro também de um dos meus filmes preferidos da sessão da tarde desses áureos tempos oitentistas; “Os Titãs Voltam à Luta na Atlântida” (meu, sério, quem inventa um nome desses pra um filme?), com o ator herói sessão da tarde Doug McLoure, que também estrelava outro clássico B da época “No Coração da Terra”, ambos amostras pré-históricas do que hoje se convenciona chamar de Steampunk.
    Mais uma grande lembrança que tenho dos meados dos anos oitenta, foi quando ganhei de um tio meu que devorava quadrinhos uma batelada de HQs do Batman, entre elas “O Cavaleiro das Trevas” em capa cartonada! Minha primeira Graphic Novel! Me recordo do impacto que esse quadrinho teve em mim, acostumado naquele tempo à Almanaque Disney e Heróis da TV! Obrigado por trazer um pouco desse tempinho bom, que foi os anos 80!

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    • Rogério, não conhecia este filme do Douguemequilúre, hehe, dos titãs lutando na Atlântida. “No Coração da Terra” eu vi no cinema, assim como “A Terra que o Mundo Esqueceu” e um outro, que não estou me lembrando agora, mas da mesma linha de ficção científica em lugares estranhos.

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      • Esse filme também foi traduzido como Guerreiros de Atlântida, mas na dublagem que eu tenho na abertura o narrador fala esse nome estranho mesmo…rss

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    • Ei, valeu Rogério! Mas sabe que por mais que a gente ache hoje que formatinho não é esse pirulito todo, tem várias coleções que se um dia surgir a oportunidade, eu teria elas completas, coisas como o Homem-Aranha, DC 2000, Liga da Justiça Internacional, não tanto pelo formato em si, mas pela lembrança, pelo que elas representam.

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  4. Grande Fabio, que texto animal, cara! Também sou da velha guarda (39 anos, o moleque chato que perseguia os adolescentes em 1985 para conversar sobre Rock In Rio e Guerras Secretas) e me identifiquei muito com o texto. E ainda não consigo me identificar com essa geração (pra você ter uma ideia, após comentar em vários posts desse blog só neste consegui vincular minha conta do Twitter para comentar, rs), embora assumo que prefiro ver jovens de hoje conversando sobre tecnologia de celular e filmes de heróis da moda do que sobre coisas “da minha época” (os famigerados hipsters, que nasceram na época do MP3 e querem falar sobre LPs; que pegam a máquina de escrever da avó para tirar selfies). Vivi tudo o que você citou (e o lado do auge do Heavy Metal após o show do Kiss em 1983 por aqui) e ainda lembro com muito carinho dos bonecos, VHSs e, principalmente, quadrinhos editados (picotados) pelo Jotapê. Abração!

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    • Valeu Emerson! Cara, entendo plenamente o teu ponto. Óbvio que como minha infância foi nos anos 80, sinto saudades da época, mas é apenas a memória afetiva falando, é só pensar na dificuldade de acesso a tudo, e as informações mais “hard” era tudo via zines, via fita VHS gravada do cara lá do Paraná, fita K-7 trocada via correio… Eu sinto saudades do romantismo disso, de enviar uma fita e esperar um mês para ver o que ia vir gravado, mas realmente, não tem como disser que “aaaaaah naquele tempo é que era ótimo”.
      No entanto, esse era o ponto, o próprio trabalho que dava, a dificuldade em adquirir as coisas, fazia a gente curtir com toda a atenção do mundo o filme, disco ou gibi que a gente conseguia.

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      • Pois é, Fábio, em tempos que até o torrent já tá ficando ultrapassado, quando a gente quer uma música, acaba “sendo obrigado” a baixar a discografia completa do artista. Que legal, mas quase nunca se tem tempo, ou mesmo vontade, de curtir tudo.

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    • Emerson, eu fui um dos adolescentes do primeiro Rock in Rio, o de 1985. Bem, na verdade eu tinha 20 anos quando fui lá em 3 dias diferentes. E quando o Kiss esteve aqui em 1983, lembro que foi o maior agito na mídia, e na cidade do interior onde eu morava, por ser perto do Rio e uma galera ficar armando para ir. E se tem uma coisa que sinto falta nos computadores de hoje, é som alto e forte das teclas das máquinas de escrever! Abçs.

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  5. Edilson, por acaso algum dos desenhos que tu citou tinha o Zé Buscapé? Eu não me lembro do nome da animação, só do bordão incrível do Zé, com sua (acho eu) mulher gritando “zéééé, vai cortar lenha, zéééé” e ele indo resmungando “cortarlenhashehshemumemememsheheheh”. Sou craque nessa imitação dele resmungando, pena que o mundo nunca precisou disso.
    Mas ainda teho a esperança.

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    • Sim, Fábio! O Zé Buscapé era o patriarca (embora mandado pela mulher) de uma família de ursos caipiras do interior rural dos EUA. Esqueci de dizer que todos os desenhos que citei são da Hanna Barbera, isto é, não eram umas coisas estranhas que apareciam aqui e ali. Mas quanto as imitações, não tinha nada mais legal para as “crianças” da época do que imitar as vozes caricatas dos desenhos animados. Eu mesmo gostava de imitar o Dick Vigarista e os pilotos da Esquadrilha Abutre, e claro, o cão Mutley. Também amava imitar o chefe, o risonho e o chorão da Quadrilha da Morte de “Os Apuros de Penélope”, assim como os Uh-Uh do assistente do Seu “Pib” de “O Urso do Cabelo Duro” e claro, o predileto de todos, o Barney de “Os Flintstones”: – Ei Fred! Já um amigo adorava imitar o Urko da série de TV do “Planeta dos Macacos”, além de outras coisas, como vilão Leôncio da novela “A Escrava Isaura” e até mesmo o Sérgio Chapelin apresentando o Globo Repórter (isto nos anos 70!!!). O mais legal foi quando ele reinterpretou o final de “O Destino do Poseidon” ao saltar gritando de um galho de árvore à beira de uma piscina lotada de um clube imitando a morte do personagem padre de Gene Hackman! Êta saudade daqueles tempos! Eu era infeliz e sabia disso, mesmo assim era legal!

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      • Corrida Maluca, cara! Tinha um que tinha o bordão “medalhamedalhamedalha”, ehehehehehe outro que vivia imitando, aliás, nessas horas a gente nota como a dublagem brasilera era (é) boa. Olha só o que ficou de bordões marcantes!

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